quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Parque Nacional da Peneda Gerês

Bem vai ser difícil relatar toda a viagem ao Parque Nacional da Peneda Gerês, mas prometo tentar. Entre quedas, muita chuva, dar boleia a uns hippies, o GPS ficar marado e o Pão de Kilo meter água, de tudo um pouco nos aconteceu. Mas começando do inicio, lol.




1º dia, sexta-feira 19 de Agosto: A ida

O dia começou bem cedo, tínhamos de ir com a carrinha à oficina para passar os pneus da frente para trás e metermos os pneus novos, e sim são novinhos. Mas como de costume a carrinha não tinha bateria, lol, lá teve de ir o Toyota dar um encosto ao Pão de Kilo, problema resolvido seguimos para a oficina para meter os novos sapatos à carrinha, foi chegar, mudar, pagar e abalar, tudo muito rápido. De volta ao Vale Salgueiro o Luís foi ver o que se passava com a buzina, e como ele já desconfiava era apenas mau contacto, e mais um problema resolvido.
Começamos então a carregar o Pão de Kilo, mas um dos grandes problemas da carrinha é a falta de arrumação, espaço não lhe falta mas arrumação tem pouca ou nenhuma e depois andam sempre as coisas a balançar e a cair lá a trás.
Depois de almoço rumamos direitos a Pombal, Coimbra, e perto de Aveiro começaram as primeiras peripécias, dos três GPS´s que tínhamos, sim porque nós é sempre tudo à grande, lol, nenhum reconhecia nenhuma estradas, como já conhecíamos mais ou menos o local, pois já lá tínhamos ido ver uma outra carrinha antes de comprarmos o verdadeiro Pão de Kilo, sabíamos que a estrada onde estávamos era uma ex-SCUT, bem de placa de taxa em placa de taxa lá fomos nós prosseguindo, nem sei bem quantos euros nos esperarão nos correios para pagar, lol, mas não ade ser nada, lol.
Rapidamente nos metemos no Porto, umas 4/5 horas, lol. Ao passarmos pelo Porto, um transito uma coisa maluca, mas nada que meta medo ao Pão de Kilo, lol. Quando comecei a querer tirar fotos lembrei-me que o cartão de memória tinha ficado no pc do Luís, em Leiria. Continuamos viagem, tentamos arranjar alguma loja em Ponte de Lima para comprar um novo cartão, mas como já eram perto das 9 horas, nada feito. Resolvemos então voltar para trás, para Viana do Castelo e dormir por lá, aproveitando ainda para fazer umas caches. Pois porque agora somos adeptos do Geocaching, Geocaching consiste em através de coordenadas encontrar as caches, parece ridículo mas é altamente e leva-nos a sítios lindíssimos, www.geocaching.com.
Chegados a Viana do Castelo percebemos que estavam a decorrer as festas da cidade, melhor ainda. Arranjamos um local onde conseguíamos ir à net no mini pc do João, foi só começar à procura das caches.
Viana do Castelo do pouco que vimos pareceu-nos uma cidade linda, e ainda por cima estavam a decorrer as festas da Sr. d'Agónia. Foi uma boa paragem.

Festa da Sra. d'Agónia, Viana do Castelo
O spot de luxo onde pernoitamos, mais dezenas de autocaravanas


2º dia, sabado 20 de Agosto: A chegada

Por volta das 9 horas acordamos, tomamos o belo do pequeno almoço e rumamos ao Gerês, a derradeira etapa ia começar.


Começamos a subir, eu fui sempre com medo que ela esquenta-se novamente, porque o radiador não é novo, mas correu tudo bem.
Paramos numa aldeiazinha para apreciar a vista e lá estava a padeira mesmo à nossa espera, lol.

Aldeia de Brufe

Antes de chegarmos ao parque de campismo, sim parque de campismo, pela primeira vez o Pão de Kilo teve direito a parque de campismo, lol, paramos na barragens de Vilarinho das Furnas, com uma vista fantástica.

Barragem de Vilarinho das Furnas

Bem lá conseguimos chegar ao Parque de Campismo da Cerdeira. O parque era fixolas água quente, Internet, piscina, tudo e mais alguma coisa. Instalamos o Pão de Kilo num sitio onde apanha-se o menos Sol possivel, não é que ele abunda-se, mas para prevenir, lol. Ficamos perto de uns bacanos que tinham uma transporter toda restaurada, e que tinham nada mais nada menos que três filhas, uma de colo e duas que no máximo tinham 5/6 anos, isto sim é amar o campismo, lol. Almoçamos rápido e decidimos fazer um passeio pedestre "Trilho da Águia do Sarilhão" de uns papeis que a Sara me tinha dado, estava tudo muito bem explicadinho, pelo caminho ia havendo marcos a dizer se íamos certos ou errados, pareceu-nos bem. Pois mas foi só mesmo parecer, andamos toda a tarde perdidos algures pela Serra, e sempre que tentávamos acertar com o caminho íamos dar sempre ao mesmo local. Eram umas 9 da noite quando regressamos ao  parque de campismo, deu para perceber que caminhos pedestres não são a nossa onda, lol. Quando andamos perdidos descobrimos uma fonte em que a água era belíssima.

Como se eu percebesse alguma coisa do mapa, lol
Luís e Teresa Vandame no meio da savana
Mais uma tentativa para encontrar o caminho
Já chegamos Luís? Já chegamos? Já chegamos?
Alguns dos animais que nos acompanharam na nossa jornada
A merecida chegada ao Parque de Campismo


3º dia, domingo 21 de Agosto: a prova de fogo

Decidimos que a pé não iríamos a lado nenhum, então pegamos na carrinha e fomos até Terras de Bouro atestar o deposito, pois sabe-se lá por que caminhos iríamos andar. Pensamos fazer umas quantas caches, a primeira foi logo pelo caminho, e qual não é o nosso espanto quando percebemos que a cache está no local onde no dia anterior andamos horas perdidos, lol.

Passamos o dia anterior sempre e dar aqui
A primeira cache feita no Gerês
A essência do Gerês

Em Terras de Bouro demos logo com outra, duas caches assim tão rápidas e fáceis? O dia prometia, bem lá fomos de encontro à terceira cache, "Fortaleza dos Burios", o caminho era bastante giro, tivemos de atravessar um rio, subir encostas, andar de pedra em pedra, mas lá demos com a Fortaleza, mas o pior foi dar com a cache, o Luís trepou tudo e mais alguma coisa, e ao fim de 1 hora de busca decidimos regressar porque a fome já estava a apertar. Para lá íamos para a festa nem demos por onde nos tínhamos metido, mas à volta vínhamos da festa e cache nem vela, o caminho foi difícil e teve direito a queda e tudo, lol. Tomamos uns banhos no rio e vá toca de subir.

Fortaleza dos Burios
A cache estava no sotão
Uma pausa para refrescar
Vá Luís calha a todos uma quedazinha

Na tentativa de recuperar o animo lá fomos feitos galifões tentar mais uma cache perto do campo de futebol de Terras de Bouro, mas nada, não a conseguimos encontrar, regressamos à carrinha para almoçar ás 3 da tarde o comer de sempre, sandes.
Como já se fazia tarde pensamos em ir até Espanha, o Luís insistia que queria encontrar uma ponte que tinha ido em miúdo com os escuteiros, mas como Portugal é um pais brutal até na Vila do Gerês ocorrem engarrafamentos.



Bem lá se foram os nosso planos de levar o Pão de Kilo ao estrangeiro, lol. Decidimos então que iríamos para mais perto do parque de campismo, iríamos tentar fazer o passeio pedestre do dia anterior, mas desta vez de carro, lol, pelo caminho sabíamos que havia uma cache, estacionamos a carrinha e seguimos pela Geira, agora perguntam o que é a Geira? lol, a Geira é uma estrada romana que existe no Gerês, e que na altura dos romanos ligava Braga a Astroga, em Espanha. Bem depara-mo-nos com um cenário brutal, mesmo lindo. Um muro romano saltado e uns minutinhos de procura e lá aparece a tão desejada cache "Trilho da Águia do Sarilhão".

Estacionamento maravilha
Placa indicativa da Geira
Barragem de Vilarinho das Furnas
Caminhada pela Geira até a cache
A tão esperada cache "Trilho da Águia do Sarilhão"

Depois da cache resolvemos regressar ao parque pois já estava a anoitecer e finalmente iríamos cozinhar, tínhamos uma grelha novinha a estrear e umas febras magnificas no frigorífico. Por um mero golpe de sorte não apanhamos chuva pelo caminho, mal entramos no parque de campismo cai o diluvio, lol, como é óbvio as febras ficaram em águas de bacalhau e lá vamos nós para o plano B, ovos estrelados com salsichas.

Barricados dentro do Pão de Kilo, o jantar
O nosso belo estendal interior


4º dia, segunda-feira 22 de Agosto: em busca da ponte

Acordamos por volta das 11 horas, e a chuva teimava em não passava, continuávamos barricados no Pão de Kilo, o parque de campismo mais parecia um ringue de luta na lama, lol. Decidimos sair do parque passear durante o dia e à tardinha rumar mais a sul, para no dia seguinte o esticão não ser tão grande.
Subimos a montanha toda com um nevoeiro de meter medo, mas nada que pare o Pão de Kilo, lol.

Andavam a pastar bem o nosso lado
Uma das muitas paragens

Seguimos até a Vila do Gerês, onde paramos para perguntar onde era a tal ponte que tanto o Luís falava, seguimos as indicações, encontramos duas pontes, mas nenhuma era a que o Luís tanto falava, bem o caminho foi uma comédia, subidas, subidas, e mais subidas, descidas, descidas, e mais descida, mas o Pão de Kilo nunca se negou.

Mais uma das nossas paragens, para apreciar a magnifica vista 
Bem antes de eu dar mais um tralho
Paragem para ver o Rio Ermida



Depois de varias paragens resolvemos que a melhor opção era voltar para trás e tentar chegar a Espanha. Foi a melhor opção, tivemos de pagar 1.50€ para poder passar na Mata da Albergaria e nem podíamos parar a carrinha a não ser nos pontos de controlo. Quando estávamos relativamente perto do novo ponto de controlo avistamos a tal ponte, e ai percebi o porquê da insistência do Luís, o local era simplesmente maravilhoso. Uma ponte sobre um rio com uma água límpida, e ao fundo uma queda de água, um cenário de sonho. Como é óbvio quisemos logo ir tomar umas banhocas, mas os acessos não eram os melhores, por acaso desta vez não cai, lol.

Os acessos é que não eram os melhores
Água fresquinha
Rio Homem
Água fresquinha
Queda de água no Rio Homem
Que água límpida

Depois de uns belos banhos numa água fria, mas fria prosseguimos viagem até Espanha, lol, queríamos levar o Pão de Kilo ao estrangeiro, lol.

A fronteira, Portela do Homem
Espanha
Portugal

Fiquei um bocado triste de não ver aquelas placas azuis a dizer Espanha e outra Portugal, mas pronto, lol.
Depois da visita relâmpago a Espanha começamos a descer a Serra e começamos a ponderar qual seria o nosso próximo destino, decidimos rumar a Guimarães, quando iamos a passar pela Albufeira da Caniçada vimos dois hippies, rastas, ou lá o que eles eram, a pedirem boleia, bem como boas pessoas que somos decidimos parar, bem nunca tinha visto tanta felicidade na cara de uma pessoa, lol, mas o pior era entende-los, ele era checoslovaco e ela russa, e o inglês deles não era o melhor, do que conseguimos perceber vinham da Alemanha e andavam a viajar por Portugal e Espanha e que queriam ir para Salamonde para depois ir para Salto, onde pelo que conseguimos perceber iriam para uma comunidade, ou algo que se assemelhe, e iriam ver o arco-íris, pelo menos foi o que percebemos, tentamos explicar-lhes que íamos para Guimarães e que não ficava em caminho, leva-mo-los então até pertinho de Vieira do Minho, apenas uns 10/12 Km, mas 10/12 Km sempre a pique, foi uma boa acção e decerto fomos os únicos que lhes demos boleia, a única coisa que ficou desta pequena e breve aventura foi uma foto.




Fomos o caminho todo a falar dos hippies, pois não tinham o melhor cheiro do mundo, lol, e ainda tinham muito para andar e coitados com o aspecto que tinham a não ser pessoas como nós ninguém lhes daria ou dará boleia. Mais uma história para contar aos netos, lol.
Prosseguimos até Guimarães, chegamos por voltas das 9 horas, estávamos a pensar ir para um parque de campismo, para podermos ter electricidade para carregar os telemóveis e a maquina fotográfica, e tomar um banhinho quente, mas acabamos por ficar mesmo no centro de Guimarães. O Luís fez o jantar, e inauguramos o lava-loiça, mas como tudo do Pão de Kilo tinha de dar problema, não percebemos muito bem o que passou, mas a bomba deixou de puxar água a meio da lavagens, lol.

Inauguração do lava-loiças

Aproveitamos a mini estadia em Guimarães para fazer mais umas caches, procuramos um sitio onde houvesse Internet e foi só começar a busca, fizemos três caches, e acabamos por passear um pouco, fizemos uma cache no Palácio de Vila Flôr que era espetacular, a cidade é muito bonita mesmo, mas como em 2012 vai ser a capital europeia da cultura está tudo e mais alguma coisa em obras.

Uma cache bastante original e pequena


5º dia, terça-feira 23 de Agosto: voltar a casa


Antes da partida quisemos visitar o Castelo de Guimarães e a tão celebre estátua de D. Afonso Henriques.

Uma nova perspectiva do Pão de Kilo
Castelo de Guimarães

Fiquei bastante triste quando chegamos ao pé da estátua e eu estava a imitar o Rei e a bateria da maquina fotográfica se foi, mas pronto havemos de lá voltar.
Pegamos no Pão de Kilo e foi sempre a esgalhar estrada a fora, os GPS's começaram a ficar meio malucos perto do Porto e tivemos de entrar numa auto-estrada, saímos em Espinho porque a fome já estava a apertar, paramos num restaurante que eu simpaticamente apelidei de bunker, pois as casas de banho não passavam de bunker's, lol, mas a comida até nem era má, deu para matar as saudades de comida comida, pois já andávamos com um enfartamento de sandes com sandes, lol.

O Pão de Kilo em Espinho, à esquerda o bunker, lol
Depois de almoço seria sempre a assumir estrada a fora, até ao Vale Salgueiro, mas para variar as peripécias  continuam, lol. Entramos de novo numa auto-estrada, e fizemos 9/10 Km, quando chegamos à portagem o ticket diz-nos que temos a pagar nada mais nada menos que uns meros 85.70€, coisa pouca, lol.


Aproximadamente 1000 Km depois, aproximadamente umas 15 ultrapassagens, a camiões, mata velhos,  tractores e moticas chegamos ao Vale Salgueiro, superou as minhas expectativas, pois nunca pensei que ela se aguenta-se com tais subidas, lol. Uma viagem que de certo vai ficar na memória, e sem duvida a repetir.

Sempre a assumir
Uma das nossas cómicas ultrapassagens


"Há sítios do mundo que são como certas existências humanas: tudo se conjuga para que nada falte À sua grandeza e perfeição. Este Gerês é um deles. Acumularam-se e harmonizaram-se aqui tais forças e contraste, tão variados elementos de beleza e de expressão, que o resultado lembra-me sempre uma espécie de genialidade da natureza" Miguel Torga

Teresa :)